26/02/2024

'Busco passar borracha no passado':

O ato de Bolsonaro na Paulista, teste de força política em meio a investigações


Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha tentado dar um golpe de Estado e disse que agiu dentro dos limites da Constituição em protesto em São Paulo no domingo (25/2).

O ex-presidente também afirmou estar em busca de "pacificação" do país e que deseja "passar uma borracha no passado".

O ato, que reuniu milhares de apoiadores de Bolsonaro na avenida Paulista, foi convocado pelo ex-presidente em meio ao avanço das investigações da Polícia Federal (PF) sobre um suposto plano de golpe de Estado.

De acordo com a PF, há indícios de envolvimento de Bolsonaro e de alguns de seus então auxiliares para reverter o resultado das eleições que levaram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto.

A manifestação estava marcada para às 15h. Desde a manhã de domingo, pessoas começaram a se concentrar na Paulista levando bandeiras do Brasil e camisetas da seleção brasileira.

Bolsonaro chegou ao local por volta das 14h40 ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em seu discurso de pouco mais de 22 minutos, Bolsonaro afirmou que agiu dentro dos limites da Constituição.

Segundo ele, um decreto como esse dependeria da aprovação do Congresso. “Querem entubar a todos nós um golpe, usando dispositivo da Constituição cuja palavra final quem dá é o parlamento brasileiro.”

Bolsonaro também pediu ao Congresso um projeto de lei que anistie seus apoiadores que estão presos em Brasília por conta da participação na depredação de prédios públicos em Brasília em 8 de janeiro de 2023.

"[Queremos] Anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. Agora, nós pedimos a todos os 513 deputados e 81 senadores um projeto de anistia para que seja feita a Justiça em nosso Brasil", disse Bolsonaro.

"E quem porventura depredou o patrimônio, nós não concordamos com isso. Que paguem, mas que essas penas não fujam ao mínimo da razoabilidade."

Para o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a manifestação de domingo "é uma grande aposta" de Bolsonaro para “mostrar força” e tentar tornar as investigações e decisões da justiça mais "custosas" .

A manifestação ocorre numa semana marcada pelo comparecimento de Bolsonaro à PF, onde foi intimado a depor mas permaneceu em silêncio, e pela repercussão de uma declaração de Lula sobre a guerra que Israel trava em Gaza.

Na última quinta-feira (22/2), Bolsonaro compareceu à PF em Brasília para prestar depoimento no inquérito sobre o suposto golpe de Estado, mas ficou calado sob a justificativa de que sua defesa não teve acesso a todos os documentos da investigação.

Além de Bolsonaro, 22 ex-assessores, militares e aliados do ex-presidente foram intimados a prestar esclarecimentos no mesmo horário.

Fim do Podcast“Continuam me acusando de um golpe, porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a constituição? Tenha santa paciência”, disse.

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