"Nosso futebol está cheio de jogadores médios"

Afirma Mano Menezes

No trabalho de reformulação do Grêmio, Mano Menezes acredita que a organização da equipe trará a melhora individual de alguns jogadores. Após o empate em 1 a 1 com o Vitória neste domingo, o treinador recém-chegado comentou que no futebol brasileiro os jogadores são "médios" e que o trabalho coletivo pode ser um diferencial na temporada.

Vamos ser realistas, o nosso futebol está cheio de jogadores médios. Não vamos mentir para as pessoas. Os fora de série em sua maioria vão para fora. Os outros que vêm, vêm meninos. Alguns retornam já com um pouquinho de idade. Temos que fazer a conciliação disso para fazer o melhor. O que faz a diferença então? É organização de time – afirmou Mano na entrevista coletiva.

O treinador identificou falhas na equipe, mas lembrou da falta de tempo para treinamentos. Mano acredita que só conseguirá o trabalho ideal durante a pausa para o Mundial de Clubes, entre 14 de junho e 13 de julho, ou na data Fifa que vai de 2 a 10 de junho.

– Esse é o nosso dilema no futebol brasileiro. Tem muita coisa que precisa fazer, o treinador tem que se controlar na ânsia para não sobrecarregar porque se não perde um jogador e aí piora. A gente fez (treinos) sem tanta repetição de bola, fez mais parado, fez treino de 10 contra zero, aí não tem enfrentamento, menos desgaste. Isso não dá certas coisas que acontecem aí no jogo. Isso acredito que vamos conseguir fazer na parada do Mundial, talvez um pouco antes, que temos uma data Fifa de 13 dias. Até lá, vamos conversar bastante – explicou o treinador.

Como times que se destacaram pela organização, Mano citou o Fortaleza e o Vitória do ano passado, que chegaram na quarta e na 11ª posição do Campeonato Brasileiro. O treinador, que é gaúcho e retornou ao Grêmio 20 anos após o início da primeira passagem, também reforçou que os times do Rio Grande do Sul, mesmo com as diferenças financeiras, têm chance de conquistar títulos.

– Acho que temos vários exemplos. O Vitória é um exemplo pela campanha que fez o ano passado. O Fortaleza é um exemplo. Sem dinheiro, não dá para fazer futebol. Mas com bastante dinheiro não tem garantia de nada. Vai continuar tendo que trabalhar bem, tendo que organizar bem, ser ponderado. Nós do Rio Grande do Sul temos as nossas limitações de receita porque somos de outro pedaço do país. Temos que ter outras virtudes que não sejam só investir em uma folha de R$ 30 milhões como outros têm capacidade de fazer. Mas dá para ser campeão assim – acrescentou.

Por Redação do ge 

Mano Menezes cita orgulho ao voltar ao Grêmio após 20 anos

"Achei que demorou um pouco"

Mano Menezes comandou na manhã desta terça-feira o primeiro treinamento no retorno ao Grêmio. Após a atividade, ele foi oficialmente apresentado no CT Luiz Carvalho, em Porto Alegre, e disse estar orgulhoso por retornar ao clube que o projetou no cenário nacional exatamente 20 anos depois da primeira passagem.

– Orgulho de estar de volta a esta casa depois de 20 anos. Achei até que demorou um pouco. Voltamos com muito apetite de trabalhar como sempre trabalhamos, com toda a entrega e dedicação. Quando somos chamados após a interrupção de um trabalho, queremos poder atender a expectativa e do motivo pelo qual somos convidados – disse o técnico.

O velho conhecido da torcida gremista assinou contrato até dezembro deste ano. A estreia será na próxima quinta-feira, às 19h, diante do Godoy Cruz, em Mendoza, pela Copa Sul-Americana. Ao ser questionado sobre os principais desafios à frente do clube, disse que o primeiro é manter a boa campanha no torneio continental.

– Seguir a boa campanha em termos de pontuação que o Grêmio está fazendo na Sul-Americana. Acho que uma coisa de cada vez. Vamos fazer os passos não tão grandes. Minha primeira missão mesmo é dar uma ideia de como nós vamos jogar para os jogadores, para que eles se sintam confortáveis, e saibam como jogar – afirmou.

O jogo é válido pela terceira rodada da Sul-Americana. O Grêmio venceu as duas primeiras partidas e está na segunda posição, atrás do adversário por um gol de saldo. Para o primeiro jogo, o novo técnico não deve fazer muitas alterações na equipe. Na entrevista coletiva, ele indiciou que deve manter o que foi feito no Gre-Nal de domingo, quando a equipe foi comandada pelo auxiliar James Freitas e empatou em 1 a 1, na Arena.

– A primeira ideia é manter o que foi feito para o Gre-Nal como ideia inicial e, a partir dessa ideia começar a fazer melhoramentos. Acreditamos que a equipe tenha potencial para melhorar, para, em um curto espaço de tempo, adquirir essa tranquilidade e a confiança necessária para os jogadores – comentou o treinador.

Mano Menezes assume o Grêmio 20 anos depois do início da primeira passagem pelo clube, em 2005. O técnico gaúcho estava no começo da carreira e conduziu a equipe à conquista da Série B, de dois Campeonatos Gaúchos, em 2006 e 2007, e ao vice da Libertadores de 2007.

Mais experiente, com 62 anos, três títulos de Copa do Brasil, cinco estaduais no currículo e pouco mais de dois anos à frente da Seleção Brasileira, o treinador tem dois desafios imediatos na volta ao Tricolor. Um deles é retomar o caminho das vitórias – o time não vence há três partidas. O outro – abordado por ele em uma das respostas – é definir um padrão de jogo, o que não era visto com antigo técnico, Gustavo Quinteros, e que contribuiu para sua demissão após 20 partidas.

O Grêmio também estuda contratar um coordenador técnico. Um dos nomes cotados é o de Luiz Felipe Scolari, que teve uma conversa inicial com o presidente Alberto Guerra sobre o andamento do clube. Mano respondeu sobre a possibilidade de trabalhar ao lado de Felipão.

– Nós (Mano e direção) não conversamos sobre esse assunto especificamente. Mas eu tenho trabalhado com grandes profissionais do futebol brasileiro por aí. Acho que todos eles têm o que acrescentar aos clubes, em termos de conhecimento de futebol, de experiência, de maneira de conduzir, pelo que conquistaram, e o Felipão está entre eles. Não tenho problema para trabalhar com ninguém. Sempre me adequei nos lugares que cheguei. O Grêmio vai decidir o que é melhor para o clube – acrescentou.

Com Mano Menezes, chegaram os auxiliares Sidnei Lobo e Thiago Kosloski e o preparador físico Flavio de Oliveira. O trio se junta ao auxiliar James Freitas e o preparador físico Rogério Dias, profissionais permanentes do clube.

Por Rafael Favero

Organizadas do Cruzeiro protestam contra Alexandre Mattos

E elenco

Integrantes de torcidas organizadas do Cruzeiro protestaram na entrada da Toca da Raposa, nesta quinta-feira, pela má fase da equipe, um dia após a derrota do time para o Mushuc Runa, na Conmebol Sul-Americana. Faixas foram afixadas no muro do CT. O principal alvo foi Alexandre Mattos, CEO de futebol da SAF do clube. O elenco também foi criticado.

Faixas com cobranças foram afixadas nos muros da Toca. Algumas delas direcionadas a Mattos:

"Alexandre Gasto$" e "Mattos, pede demissão. Mercenário"

Outra faixa mirou o grupo de jogadores do Cruzeiro, citando que os salários estão em dia. Em outra, o elenco foi chamado de "finados".

Viaturas da Polícia Militar se posicionaram na entrada da Toca da Raposa. Por volta das 16h, alguns membros das organizadas foram liberados para entrar no CT e conversar com jogadores.

A pressão sobre o Cruzeiro aumentou após a derrota por 2 a 1 para o Mushuc Runa, do Equador, no Mineirão, pela segunda rodada do Grupo E da Conmebol Sul-Americana. O time chegou à terceira derrota consecutiva na temporada.

Por Guilherme Macedo

Hulk aponta inércia de Milito no Atlético-MG na Libertadores

"Esperava o comando e não vinha nada"

O atacante Hulk disse que um dos piores momentos da carreira foi ter perdido a final da Conmebol Libertadores, ano passado, para o Botafogo. O jogador apontou a inércia do técnico Gabriel Milito, no primeiro tempo do jogo em Buenos, como um dos motivos da derrota por 3 a 1.

- O Gregore foi expulso. O Alex estava do meu lado e falou: ‘agora, f...”. Sensação de impotência. É impossível. Esperava um comando lá de fora e não vinha nada – contou o atacante em entrevista ao Charla Podcast.

Hulk disse que a intenção não era criticar Gabriel Milito. Ele elogiou o treinador argentino, mas disse que o ex-técnico do Galo falhou na finalíssima.

- Não questionando, o Milito é um cara que tem máximo respeito, ótimo ser humano. Muito bom treinador, entende muito de bola. Apesar de jovem, entende muito. Mas pecou naquele momento da final.

Hulk apontou o que Milito deveria ter reproduzido em campo. Para ele, uma formação utilizada no jogo contra o Fluminense, também na Libertadores, era o exemplo a ser seguido atuando com um a mais diante do Botafogo.

- Se pegar o time que estava em campo, contra o Botafogo, era o mesmo time contra o Fluminense em casa. A gente atropelou o Fluminense, eles não aguentavam mais correr. Jogou o Scarpa na esquerda, eu na direita, e Paulinho e o Deyverson na frente. Achei que ele iria fazer isso contra o Botafogo, porque ele abria dois pontos, bola do Scarpa ele cruza bem dali, no um contra um a gente iria bem. Tanto que no segundo tempo ele fez. O tanto de bola que a gente criou. Tem bola que cruzo pro Deyverson. O time criou pra caramba.

Hulk citou que Cuca teve uma postura diferente a de Milito, este ano, no clássico com o Cruzeiro, na primeira fase do Campeonato Mineiro. Gabigol foi expulso, e o treinador do Galo mudou o time.

- Claro que futebol não tem que ser injusto. Futebol, quando faz e dá certo, todo mundo. Como o Milito fez contra o Cruzeiro na final. A gente empata o jogo em casa. A gente toma um gol no Mineirão, ele faz uma mudança sem a gente entender, e a gente vira e faz três gols. Agora, o Gabriel é expulso, Cuca muda na hora, Cuca é malandro, lê o jogo na hora, a gente controlou o jogo todo. Tem situação que vai mexer de imediato, não dá tempo do outro treinador pensar. Quando o Gregore é expulso, ele chama o Barbosa. Aquece. A gente não fez nada, ele (Artur Jorge) espera.

Por Redação do ge