Com processo de mais de 2 mil páginas, advogados de Paquetá conseguem adiar prazo

Para defesa

Lucas Paquetá ganhou tempo para formalizar sua defesa na acusação de participação em irregularidades em apostas esportivas. 

Advogados do jogador da seleção brasileira foram atendidos pelo Comitê Independente que avalia o caso na solicitação de adiamento do prazo para apresentar provas de defesa, que expirava no dia 3 de junho - última segunda-feira. Uma nova data-limite não foi indicada.

O argumento central apresentado foi de que o período era muito curto após a acusação formal para apreciação das mais de 2 mil páginas do documento apresentado pela Federação Inglesa. Seriam apenas 12 dias para ficar a par dos detalhes do processo e fazer a defesa. O pedido teve a compreensão do Comitê Independente, que decretará se Paquetá fez parte ou não do esquema de manipulação pelo recebimento de cartão amarelo em quatro jogos.

A terça-feira foi de especulação sobre detalhes do processo após reportagem do tabloide inglês "The Sun". O material apresenta fundamentos já identificados pela defesa no longo documento apresentado pela FA, mas também pontos divergentes.

De acordo com apuração do ge, a acusação indica que apostas foram feitas por familiares, pessoas próximas e amigos de pessoas que têm relação estreita com Lucas Paquetá. Ações foram identificadas em municípios da Baixada Fluminense, por exemplo, o que chamou atenção de órgãos reguladores como a SportRadar e a Ibia (Associação Internacional de Integridade em Apostas).

A reportagem do The Sun cita um ganho total de 100 mil libras (R$ 675 mil) em todas as apostas envolvendo os quatro cartões sofridos em jogos da Premier League nas temporadas 2021/22 e 2022/23. A defesa de Paquetá, no entanto, entende que esse montante seria irrelevante no cenário de apostas, pelos valores habitualmente praticados.

Ainda em processo de avaliação do documento de acusação, advogados trabalham na defesa enquanto o jogador continua se posicionando como inocente. Lucas Paquetá está à disposição de Dorival Júnior para a disputa da Copa América, e a CBF não pretende voltar ao assunto até que haja uma decisão de condenação ou absolvição.

Por: Cahê Mota