O plenário da Câmara aprovou na noite desta quarta-feira (13) um projeto de lei que estabelece um valor fixo para a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis. A proposta foi aprovada por 392 votos a favor, 71 contra e 2 abstenções. O texto segue agora para análise do Senado.
O substitutivo do
relator, deputado Dr. Jaziel (PL-CE), obriga estados e o Distrito Federal a
especificar a alíquota cobrada do ICMS de cada produto pela unidade de medida
adotada (litro, quilo ou volume) e não mais sobre o valor da mercadoria, como
ocorre atualmente. A proposta torna, na prática, o ICMS invariável frente a
oscilações no preço dos combustíveis e de mudanças do câmbio.
Pelas estimativas
apresentadas pelo relator, as mudanças estabelecidas pelo projeto devem levar a
uma redução do preço final praticado ao consumidor de, em média, 8% para a
gasolina comum, 7% para o etanol hidratado e 3,7% para o diesel B. “A medida
colaborará para a simplificação do modelo de exigência do imposto, bem como
para uma maior estabilidade nos preços desses produtos”, disse o parlamentar.
CÁLCULO
Atualmente, o ICMS
incidente sobre os combustíveis é devido por substituição tributária para
frente, sendo a sua base de cálculo estimada a partir dos preços médios
ponderados ao consumidor final, apurados quinzenalmente pelos governos
estaduais. As alíquotas de ICMS para gasolina, por exemplo, variam entre 25% e
34%, dependendo do estado.
No novo cálculo, as
alíquotas serão definidas pelos estados e Distrito Federal para cada produto a
partir da unidade de medida adotada, no caso o litro para os combustíveis. As
alíquotas específicas serão fixadas anualmente e vigorarão por 12 meses a
partir da data de sua publicação, mas não poderão exceder, em reais por litro,
o valor da média dos preços ao consumidor final usualmente praticados no
mercado considerado ao longo dos dois exercícios imediatamente anteriores, multiplicada
pela alíquota ad valorem (percentual fixado em lei que será aplicado sobre a
base de cálculo do tributo ) aplicável ao combustível em 31 de dezembro do exercício
imediatamente anterior.
Como exemplo, os preços
médios de setembro da gasolina comum, do etanol hidratado e do óleo diesel
corresponderam, respectivamente, a R$ 6,078, R$ 4,698 e R$ 4,728, segundo a
Agência Nacional do Petróleo (ANP). Na forma do substitutivo, a alíquota seria
calculada com base na média dos preços praticados de janeiro de 2019 a dezembro
de 2020. Nesse período, os preços de revenda variaram de R$ 4,268 a R$ 4,483,
no caso da gasolina comum; de R$ 2,812 a R$ 3,179, no caso do etanol hidratado;
e de R$ 3,437 a R$ 3,606, no caso do óleo diesel.
ACORDO
O presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), disse que a aprovação do projeto foi resultado de um
acordo com os líderes partidários. Lira disse que a proposta “circula desde o
início da legislatura”, foi debatido em reuniões no Colégio de Líderes e se
chegou a um acordo de procedimento com a oposição para que não houvesse
obstrução na sessão desta quarta-feira.
“O governo propôs
unificar as tarifas de ICMS no Brasil em todos os estados – o que todos nós não
concordávamos – e o que nós estamos votando é um projeto que cria uma média dos
últimos dois anos e, sobre esta média, se multiplica pelo imposto estadual de
cada estado, com total liberdade para cada estado”, disse.
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