07/04/2023

Chapas do DF apostam em força de grupos

 Chapas do DF apostam em força de grupos


Embora não seja novidade, modalidade consolida espaço no pleito. TSE, agora, permite o registro de candidaturas com menção ao grupo de apoiadores da campanha. No DF, até o momento, três legendas pediram registros para nove chapas


A tendência de disputar os mandatos proporcionais por meio de coletivos veio para ficar. Um levantamento realizado pelo Correio constata que, nas próximas eleições do Distrito Federal, pelo menos nove candidaturas apostam no modelo de participação compartilhada para as câmaras distrital de dos deputados federais. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que recebeu nove pedidos de registro da modalidade, o mesmo número do último pleito, em 2018.

Como o prazo para as apresentações de candidatura segue até segunda-feira (15), até o momento, o Tribunal conta com seis candidaturas coletivas para deputado distrital e três para deputado federal. Embora a legislação tenha avançado para contemplar esse tipo de participação política, na prática, apenas uma pessoa assume o cargo, portanto, é possível que, informalmente, existam outras candidaturas plurais, mesmo que não exista uma comunicação formal.

As candidaturas coletivas existem, extra-oficialmente, desde a década de 1990, como explica o advogado eleitoral Fernando Sousa. Para o especialista, a dinâmica do modelo é construir, colaborativamente, as pautas que serão defendidas durante o mandato. "É um modelo que vem crescendo, inclusive para candidaturas majoritárias", destaca.

Mesmo não existindo formalmente, as candidaturas não são ilegais, tanto que, durante uma sessão plenária do TSE, em dezembro do ano passado, houve atualização do Art. 35 da Resolução nº 23.609, que trata sobre as candidaturas coletivas. No novo texto, fica autorizado a menção do grupo ou coletivo de apoiadores na composição do nome da candidata ou candidato. No entanto, o ministro Luiz Edson Fachin, na época vice-presidente do órgão e relator do caso, reforçou que o registro permanece de caráter individual. "A chamada candidatura coletiva representa apenas um formato da promoção da candidatura que permite à pessoa destacar seu engajamento social e coletivo", destacou, em seu discurso.

Maria Eduarda Krasny (Madu) é cabeça da chapa Madu Mulheres de Todas Lutas(PSOL) , que disputará, pela primeira vez, um cargo na Câmara dos Deputados. Ela conta que a ideia surgiu após o grupo constatar que as mulheres trabalhadoras estão pouco representadas nos espaços de tomadas de decisão.

A chapa Madu Mulheres de Todas Lutas é formada por duas mulheres trans negras, Madu Krasny e Ludymilla Santiago, uma indígena, Larissa Pankararu, uma advogada popular ecossocialista, Amanda Leite, e uma enfermeira e mãe, Karine Afonseca. Em relação ao processo de definição dos nomes que iriam compor a chapa, Madu destaca que é seguido o princípio do feminismo para os 99%: anticapitalista, antirracista, antiLGBTfóbico, transinclusivo e ecossocialista. Assim, segundo a candidata, o partido decidiu unir mulheres que já têm trajetória de luta . "Cada uma dessas mulheres traz consigo uma bagagem enorme, de luta e de atuação em suas respectivas áreas", frisa.

Concorrendo a uma das cadeiras da Câmara Legislativa (CLDF), o Coletiva Somos Hellen Frida, Cris do Coletivação e Prof Lêda Coletive Chão disputam pelo Partido dos Trabalhadores (PT). O presidente local da legenda, Jacy Afonso, ressalta que este tipo de mandato não é uma novidade política, no entanto, este ano, será a primeira vez que o partido apresenta tais candidaturas: "Incorporamos essas três candidaturas e vamos apoiá-las. Nós acreditamos no potencial de todas as candidatas. Achamos importante ter essa representatividade na política do DF", comenta.

Por: Arthur de Souza

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